“Venha, pelo amor ou pela dor”
Na frase, o amor e a dor aparecem como alternativas antagônicas, mas interdependentes, dimensão dual sobre o retorno ao um destino final àquele que diz "venha". Quem é essa ou esse que chama, ordena?
Tem gente que acaba relacionando o amor com o bem, e a dor com o mal. Mas será que essa relação é justa?
Na frase, o amor e a dor aparecem como alternativas antagônicas, mas interdependentes, dimensão dual sobre o retorno ao um destino final àquele que diz "venha". Quem é essa ou esse que chama, ordena?
Tem gente que acaba relacionando o amor com o bem, e a dor com o mal. Mas será que essa relação é justa?
Essa minha reflexão
adoidada parte de minhas (intensas) experiências. Vivencias apenas, sem pretensão de ajuizar verdades. É meio um desabafo também.
Esse amadurecimento que chega como um soco bem forte no queixo...
Fiquei desnorteada com a dor sim!
Desnorteei de dor.
Esse amadurecimento que chega como um soco bem forte no queixo...
Fiquei desnorteada com a dor sim!
Desnorteei de dor.
E as experiências fundamentadas
no medo do terror da morte? minaram a beleza dos meus sonhos? hum... me imputaram obrigações irracionais e auto-nocivas.
Calcificou tudo aqui dentro. Aliás, quase tudo.
Ficou, por ali, um terreninho escondido. Uma terrinha sem cal.
Ervas daninha se instalam junto a uma roseira...
Calcificou tudo aqui dentro. Aliás, quase tudo.
Ficou, por ali, um terreninho escondido. Uma terrinha sem cal.
Ervas daninha se instalam junto a uma roseira...
Mas a potência do medo
não deve ser subestimada, muito menos negativamente assimilada.
Seria possível viver à luz da dor? – se é que há luz nisso.
Seria possível viver à luz da dor? – se é que há luz nisso.
Tu já tentasse enxergar com os olhos cheios de areia?
Já tentou enxergar o caminho com os olhos fervendo?
Já teve que seguir a caminhada mesmo sem enxergar muita coisa?
Pois, parece mesmo que a vida exige paradas – longas e solitárias.
E a dor. Ela nos faz voltar diversas vezes, diversos retornos carregando nos braços a esperança de seu fim.
Os anos em que vivi à sombra da dor me renderam uma conta bem
grande.
Limitações, distorções, invisibilidade e falsas escolhas.
No universo da dor não há espaço para levezas nem plenitude.
Você quer acreditar que o poder estar em suas mãos, mas não há mãos livres para se empoderar.
Quem caminha com os olhos fervendo de areia logo tropeça...
Limitações, distorções, invisibilidade e falsas escolhas.
No universo da dor não há espaço para levezas nem plenitude.
Você quer acreditar que o poder estar em suas mãos, mas não há mãos livres para se empoderar.
Quem caminha com os olhos fervendo de areia logo tropeça...
Eu não quero
negligenciar a legitimidade da dor.
Para mim ela é uma rainha e seu reinado é impecável.
Somos afetadas, somos machucadas, somos feridas, somos enganadas, somos oprimidas e exploradas. Não há como negar os fatos.
Assimilamos tudo isso com muita profundidade e urgência. A dor nos captura com urgências insaciáveis.
Para mim ela é uma rainha e seu reinado é impecável.
Somos afetadas, somos machucadas, somos feridas, somos enganadas, somos oprimidas e exploradas. Não há como negar os fatos.
Assimilamos tudo isso com muita profundidade e urgência. A dor nos captura com urgências insaciáveis.
Daí, busquei no eco da voz a
alforria. A libertação dessa governança sufocante. Aquele eco rouco. Aquele
bravejo estrondoso, e até assustador que garante que maus e bons se mantenham a
um nível de distancia seguro.
A voz não é a liberdade. A voz de dor é parte do processo de libertação. A voz acusa a existência da dor e dos sofrimentos, mas não nos livra dele.
A voz não é a liberdade. A voz de dor é parte do processo de libertação. A voz acusa a existência da dor e dos sofrimentos, mas não nos livra dele.
Quem poderá nos defender? – eu me lembro de Chapolim surgindo do
nada!
Mas não é assim que a banda toca – e como gostaríamos que fosse!
Mas não é assim que a banda toca – e como gostaríamos que fosse!
Quem ouve nosso eco rouco de dor
e nos afaga surpreendentemente? O amor e o bem...e esse não é o socorro apenas,
é de fato a nossa própria salvação por meio da cura amorosa.